ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE ENTRADA PARA A PREDIÇÃO DA CARGA TÉRMICA DE UMA RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR ATRAVÉS DA NOVA PROPOSTA DO REGULAMENTO BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM

Autor:
Rodolfo Marue Kirch Sampaio Veiga
Orientador:
Roberto Lamberts; Coorientadora: Ana Paula Melo
Resumo:

Este trabalho apresenta uma análise de sensibilidade dos parâmetros de entrada considerados no método simplificado da nova proposta para a Instrução Normativa Residencial do INMETRO (INI-R). A escolha da edificação do estudo foi realizada utilizando um levantamento estatístico das tipologias mais frequentes no programa do governo federal brasileiro “Minha Casa Minha Vida”. A tipologia em formato H adotada foi analisada nos climas de São Paulo (SP), Cuiabá (MT), Salvador (BA) e Manaus (AM). Inicialmente, aplicou-se o método simplificado, na tipologia base, para verificar o resultado de carga térmica. Alguns dos parâmetros de entrada do metamodelo foram selecionados para posterior análise de sensibilidade, dentre os quais destacam-se: absortância térmica da cobertura e das paredes externas, transmitância térmica da cobertura e das paredes externas, porcentagem envidraçada das fachadas, fator de ventilação e uso de venezianas. Em seguida, foi desenvolvida uma amostragem quasirandômica, através do método de Sobol, com base nos parâmetros escolhidos, através da qual foi aplicada a análise de sensibilidade. Finalmente, foi realizada a análise de sensibilidade global, pela metodologia de Sobol, na amostragem desenvolvida, e estimados os potenciais de economia energética quando alterado, discretamente, determinado parâmetro de entrada. Os resultados obtidos pelo método simplificado indicaram que, em apenas 12,5% das habitações dos pavimentos intermediários e das coberturas apresentaram classe de eficiência energética “C”, enquanto o restante apresentou classe “D”. Nesses pavimentos, o clima de AM apresentou a maior eficiência. Nos pavimentos térreos, 37,5% das habitações apresentaram classe “B”, e o restante apresentou classe “C”. Foi identificado que, para os climas de MT, BA e AM, a carga térmica de resfriamento se provou até 200 vezes maior do que a carga térmica de aquecimento, enquanto que, para o clima de SP, esse valor variou de 7,7 a 76,9 vezes. As condições de exposição do piso e cobertura e das fachadas influenciou na carga térmica de resfriamento. Em todos os climas analisados, o pavimento de cobertura (piso não exposto e cobertura exposta) obteve maior carga térmica, seguido dos pavimentos intermediários (piso e cobertura não expostos) e, finalmente, do pavimento térreo (piso exposto e cobertura não exposta). Os resultados obtidos pela análise de sensibilidade indicaram que, nos pavimentos de cobertura, a absortância da cobertura foi o parâmetro mais influente para a predição da carga térmica, seguida pelo uso de venezianas, enquanto a absortância das paredes externas e o fator de ventilação se encontraram entre os menos influentes. Nos pavimentos intermediários, o uso de veneziana apresentou-se como o parâmetro mais influente, e o fator de ventilação como o menos influente. Nos pavimentos térreos, novamente, o uso de veneziana demonstrou a maior influência, enquanto a absortância das paredes externas demonstrou a menor influência. Destaca-se que, para os climas analisados, as variáveis com maior influência na predição da carga térmica apresentaram os maiores potenciais de economia de energia estimados. Nos pavimentos de cobertura, a alteração da absortância da cobertura, de 0,8 para 0,2, gerou economias médias de 51,1 (83,6%), 123 (38,8%), 140,4 (42,8%) e 146,6 kWh/m²ano (36,2%), nos climas de SP, MT, BA e AM, respectivamente. A aplicação de veneziana gerou economias médias de 18,8 (72,4%), 52,2 (22,7%), 57,6 (18,6%) e 58,2 kWh/m²ano (23,2%), nos pavimentos intermediários dos climas de SP, MT, BA e AM, respectivamente. A mesma alteração nas venezianas gerou economias médias de 4,9 (79,0%), 35,8 (14,9%), 29,9 (14,4%), 25,4 kWh/m²ano (7,7%), nos pavimentos térreos dos climas de SP, MT, BA e AM, respectivamente

Ano de defesa: