Aponta-se o adensamento urbano como melhor solução para o crescimento sustentável das cidades. Entretanto, esse provoca modificações no consumo de energia resultantes principalmente de alterações climáticas como o aumento da temperatura do ar e a redução da velocidade do vento, alterações na quantidade de radiação solar que atinge superfícies urbanas, resultante da maior proximidade entre os edifícios que modifica os padrões de sombreamento e reflexão solar, e alteração na disponibilidade de iluminação natural. Algumas pesquisas indicam o aumento do consumo referente à carga térmica em áreas urbanas adensadas para climas temperado e mediterrâneo. Essa variação é resultado do aumento do consumo de equipamentos aquecedores em razão da redução da disponibilidade solar, mesmo levando em conta o aumento da temperatura do ar dos cânions resultante do efeito ilha de calor urbano. Considerando que a diminuição da radiação solar direta poderia ser um fator positivo em locais de clima quente, ainda que o efeito ilha de calor urbano passe a ser negativo devido ao aumento de temperatura, permanece o questionamento se o adensamento, do ponto de vista energético, poderia ser visto como um elemento positivo em regiões de clima quente. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é analisar a influência do entorno urbano na carga térmica de edificações de escritório condicionadas artificialmente em Maceió/AL, uma cidade de clima quente e úmido. A avaliação, que focou no impacto da radiação solar levando em consideração a geometria e as características do envelope do entorno urbano, foi realizada por meio de simulações computacionais dinâmicas com o software EnergyPlus a partir das cargas necessárias para resfriamento. De forma auxiliar foram utilizados também os softwares UWG e DaySim buscando incluir nas simulações energéticas as modificações climáticas e o aproveitamento de luz natural das edificações dentro de contextos urbanos, respectivamente. A análise dos resultados demonstrou a importância da inserção do entorno urbano nas simulações energéticas, apontando uma redução média entre 16% e 18% na carga térmica quando esse é considerado e apontou o sombreamento como fator de maior impacto nessa redução. Dessa forma, considerando o contexto climático e os cenários de análise, o adensamento urbano, do ponto de vista energético, pode ser considerado uma boa estratégia urbana visando à redução da carga térmica de edificações comerciais com horário de funcionamento diurno.
Autor:
Izabella Medeiros de Lima
Orientador:
Roberto Lamberts
Resumo:
Ano de defesa: