O consumo energético residencial no Brasil representa 27% do total da energia elétrica consumida no país. São vários os fatores que influenciam o crescimento dessa demanda e, abrangem aspectos que vão desde: a posse de equipamentos, tempo de utilização, até hábitos de consumo, que por vezes, são de difícil definição e compreensão, pois retratam um ponto de relevância que é o fator comportamental.
O presente trabalho apresenta uma metodologia de pesquisa para a compreensão do consumo residencial de Campo Grande (MS), principalmente, através dos aspectos: posse de equipamentos eletrodomésticos, hábitos de consumo, consciência quanto à conservação de energia elétrica, eficiência energética de equipamentos e residencial, e usos finais de energia por categoria e faixa de consumo.
Os resultados encontrados apresentam-se compatíveis com dados de pesquisa de órgãos como: IBGE, Eletrobrás e com uma pesquisa de Posse e Hábitos de Consumo da PUC-RJ / ENERSUL, e ainda revelam que os eletrodomésticos que existem em maior número nas unidades residenciais são: chuveiro elétrico e ferro elétrico em 100% das residências, freezer em 67,7%, computador em 68,7% e ar condicionado em 50% delas.
Os hábitos de consumo dos usuários são variáveis em todas as faixas de consumo e, os usos finais de energia elétrica no setor residencial pesquisado mostram que as categorias que lideram o consumo energético são: refrigeração 43,35%, aquecimento de água 18,41% e iluminação 17,98%. O grau de esclarecimento dos consumidores residenciais quanto à eficiência energética de seus equipamentos; alguns detalhes sobre o desempenho térmico das residências, do ponto de vista do morador e as medidas que utilizam para a conservação de energia, entre outros aspectos, também estão relatadas em forma percentual.
Concluiu-se nesta pesquisa que, fatores como: área das residências; número de ocupantes e a renda familiar, influenciam o consumo de energia de forma direta. A posse dos eletrodomésticos apresentou-se crescente com as faixas de consumo, porém, o modo de utilização dos mesmos é independente da faixa que se encontram. Com relação à eficiência energética, muito pouco é feito com intuito de usar com eficiência os eletrodomésticos e não se apresentou uma preocupação efetiva a esse respeito, apenas uma discreta tendência de se controlar o uso dos equipamentos, mas nada que se possa tomar como um padrão. Ficou evidente uma certa ignorância sobre este assunto, entre os entrevistados, tornando-se um campo vastíssimo de ações em prol do esclarecimento sobre a eficiência energética em equipamentos e da conservação de energia no núcleo residencial.