Condições de conforto térmico para estudantes de segundo grau na região de Florianópolis

Autor:
Antônio Augusto de Paula Xavier
Orientador:
Roberto Lamberts
Resumo:

A importância do conforto térmico, deve-se ao aumento das expectativas de qualidade vida da sociedade, e à necessidade atual de conservação de energia. A normalização existente a respeito, é baseada em estudos realizados em câmaras climatizadas e relacionada à teoria física do balanço térmico entre o homem e o ambiente. As normas sugerem o conforto térmico como sendo função de 6 variáveis, sendo 4 ambientais 2 pessoais. Estudos realizados anteriormente em outros países, questionam a aplicação generalizada da metodologia das normas. Assim sendo, esse trabalho objetivou a determinação de índices e parâmetros de conforto térmico a partir de estudo de campo efetuado sobre atividade escolar, realizado na "Escola Técnica Federal de Santa Catarina", Unidade de ensino de São José, onde foram coletadas todas as variáveis ambientais, bem como mais de 1.300 dados a respeito de variáveis e sensações pessoais. A atividade desempenhada, taxa metabólica de produção de calor pelo organismo, não foi considerada, nesse trabalho, como uma variável de influência sobre o conforto térmico, pelo fato de ter sido analisada uma atividade específica. A vestimenta utilizada pela pessoa também não foi considerada como variável de influência, mas sim como variável dependente do clima verificado, configurando-se dessa maneira um mecanismo adaptativo utilizado pela pessoa. Dessa forma, esse estudo apresenta uma metodologia de determinação dos parâmetros de conforto térmico, baseada em análises estatísticas. Esse método apresentou uma melhoria de correlação entre as sensações determinadas pelo modelo estatístico e as sensações relatadas pelas pessoas, quando comparadas a metodologia proposta nas normas. O percentual de pessoas insatisfeitas com o ambiente, pelo trabalho, mostrou-se superior ao apresentado nas normas, que não leva em conta as preferências térmicas das pessoas. A zona de conforto obtida por esse trabalho é diferente da encontrada em trabalho realizado no nordeste brasileiro, e distinta também da zona de conforto adotada para o Brasil, tendo-se verificado maior tolerância à altas umidades relativas do ar. Essas diferenças evidenciam a adaptação das pessoas ao clima, bem como sugerem a necessidade da especificação da zonas de conforto diferenciadas para cada região. A temperatura externa média mensal, também se mostrou pelo estudo, um bom parâmetro de conforto térmico a ser adotado.

Ano de defesa: