O presente trabalho visa estabelecer parâmetros de interpretação das condições aos quais os trabalhadores estejam submetidos quando em trabalhos sob frio acentuado em indústrias frigorificadas no Brasil. Levanta a problemática brasileira da insuficiência das normas e de uma legislação específica para a proteção da saúde do trabalhador.
Buscou-se inicialmente, através dos canais informais da pesquisa, verificar as anormalidades destas atividades no tocante às condições de stress e conforto térmico. Através de uma revisão bibliográfica do tema abordado, confrontaram-se os deficientes métodos estabelecidos como limites de tolerância e controle no Brasil com os principais parâmetros internacionais. Com uma amostragem de trabalhadores pesquisados no estado de Santa Catarina, foram avaliadas as diversas variáveis ambientais para aplicação das metodologias destacadas. Aliadas das investigações das vestimentas utilizadas pelos trabalhadores e das especificações dos fabricantes, bem como das entrevistas de sensação térmica, foram comparados e discutidos os resultados.
Ficou clara a necessidade de se estabelecer uma regulamentação técnica objetiva para limitar os riscos da exposição ao frio intenso no Brasil. Que com base nas condições psicofisiológicas relativas a percepção térmica de pessoas submetidas ao frio, comparativamente aos parâmetros de um país tropical poder-seiam adaptar os parâmetros internacionais à realidade brasileira. Estes tanto poderiam balizar as atividades quanto normalizar as vestimentas de proteção.
Estes instrumentos comporiam ferramentas muito úteis aos profissionais e entidades imbuídas da responsabilidade de preservar a saúde e integridade física do trabalhador, estabelecendo-se uma condição de conforto térmico em situações de trabalho sob frio.