O Brasil enfrenta hoje um déficit habitacional de quase seis milhões de moradias. Programas governamentais, como o Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), tentam suprir essa carência facilitando a aquisição de habitações para a população, em especial de baixa renda. Devido à alta demanda por moradias e a necessidade de baixo custo de execução, o desempenho térmico das edificações e o conforto do usuário são postergados, em especial pela existência de “projetos padrão” que atendem aos inúmeros tipos climáticos presentes no país. Em vista a essa problemática, o presente trabalho avalia o desempenho térmico de uma edificação unifamiliar do Programa Minha Casa, Minha Vida para três diferentes climas brasileiros por meio do método de simulação computacional da NBR 15575 – Desempenho de Edificações, propondo alterações nas paredes externas, cobertura, tamanho de aberturas e orientação de implantação. A partir do modelo real, foram realizadas combinações com as variáveis citadas, sendo estas simuladas por meio do programa EnergyPlus para as cidades de Curitiba, Brasília e São Luís. A partir dos dados de saída das simulações foram extraídos os indicadores de desempenho térmico (percentual de horas dentro de uma faixa de temperatura operativa, carga térmica total e temperaturas operativas), permitindo que fossem realizadas as análises e identificados os casos otimizados. Para as cidades de Curitiba e São Luís, a combinação que obteve os melhores resultados foi com o uso de parede de tijolos com revestimento de argamassa, laje de concreto maciço com telha cerâmica e aberturas com tamanho igual a 10% da área de piso da sala ou do quarto, a depender do ambiente considerado. Em Curitiba a edificação mostra-se com melhor desempenho quando orientada a oeste, enquanto para São Luís isso acontece quando orientada a sudoeste. Já para a cidade de Brasília, o caso otimizado consiste na combinação de paredes de tijolos com revestimento de argamassa, forro de gesso com telha cerâmica e aberturas com tamanho igual a 25% da área de piso do ambiente em que se encontra, com implantação orientada a oeste. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de projetos elaborados de acordo com as demandas de cada localidade, uma vez que os sistemas construtivos, aberturas das janelas e orientação mais adequados variam de acordo com as características de cada clima.
Autor:
Clara Zibetti Matuella Veiga
Orientador:
Profª. Ana Paula Melo, Drª
Resumo:
Ano de defesa: