Justificativa do projeto:
O conceito de fazer-se cidades mais sustentáveis é visto cada vez mais como uma necessidade imprescindível na nossa realidade mundial. A construção civil é o maior consumidor de recursos naturais da economia, podendo responder pelo consumo de até 75% dos recursos naturais extraídos, causando com isto um grande impacto no meio ambiente; sendo que uma grande parcela destes recursos é destinada ao setor habitacional.
No Brasil este setor apresenta grandes problemas tanto pelo grande déficit habitacional quanto pela falta de regulamentações e diretrizes que procurem economia dos recursos naturais e um melhor desempenho nas habitações. Assim um aumento na sustentabilidade das mesmas terá um impacto positivo na sustentabilidade ambiental e na qualidade de vida da população.
Objetivo:
Desenvolver soluções adequadas à realidade Brasileira, para tornar a construção habitacional mais sustentável, com foco em empreendimentos para baixa e média renda e para a construção auto-gerida.
Metas Físicas:
- Levantamento do estado da arte.
- Identificação de necessidades de inovações tecnológicas.
- Identificação de alternativas de políticas públicas.
- Desenvolvimento de metodologia de avaliação da sustentabilidade de habitações.
- Manuais de projeto, execução e uso de habitações mais sustentáveis.
- Produzir manual simplificado para habitação mais sustentável autogerida.
Universidades parceiras:
- Escola Politecnica da USP
- Faculdade de engenharia civil e arquitetura e urbanismo da Unicamp
- Universidade de Uberlândia
- Universidade de Goiás
- Departamento de Engenharia Civil UFSC
Coordenador geral do projeto:
Vahan Agopyan
Subprojeto: Eficiência Energética
Descrição:
A sustentabilidade envolve diferentes áreas de conhecimento e especialização, entre as quais o uso racional da energia se destaca como uma das principais premissas para projetos mais sustentáveis, já que nas ultimas décadas o consumo de energia tem aumentado no mundo todo, devido ao modo de vida e as exigências da população.
Nas edificações isto se reflete na procura cada vez maior de conforto através de sistemas e equipamentos supridos com eletricidade, sendo que estes aumentos são alcançados em grande parte por fontes energéticas não renováveis cujas reservas estão-se acabando de forma rápida.
No Brasil, a industria de energia correspondeu em 2003 a 89% do consumo nacional, sendo os 11% restantes importados, principalmente de carvão mineral, gás natural, petróleo e seus derivados e em quantidade menor energia elétrica através de Itaipu.
Cerca de 43.8% da Oferta Interna de Energia teve sua origem em fontes renováveis, onde 14.5% correspondem à geração hidráulica e 29.6% a biomassa. Mas os outros 56% vem de fontes fósseis e outras não renováveis (petróleo e derivados – 40%, gás natural – 7.6%, carvão mineral – 6.5 %, Urânio – 1.8%).
Segundo dados do BEN (Balanço Energético Nacional) de 2004 o consumo de energia elétrica por setor deu-se em 46.9% para o setor industrial, e 45.2% para as edificações, sendo destas 22.3% para o setor residencial, 14.2% para o setor comercial e 8.7% para o setor público.
Este panorama mostra que um dos principais setores a considerar-se para uma redução no consumo energético no país é o residencial e as edificações em geral, confirmando a importância de se considerar a eficiência energética como um dos pontos principais para o desenvolvimento de projetos mais sustentáveis no Brasil. Desde esse ponto de vista o objetivo deve ser buscar-se redução no consumo de energia e aumento das fontes renováveis.
Os principais pontos alvos do consumo energético de uma edificação são os sistemas de iluminação e sistemas técnicos, principalmente o do condicionamento do ar, o aquecimento de água e a eficiência dos equipamentos usados.
Com o desenho da edificação pode-se influenciar principalmente no seu desempenho térmico, na iluminação e no uso dos sistemas técnicos.
E para isto influem varias variáveis, entre elas a orientação da edifícação, as características bioclimáticas, propriedades térmicas das janelas, paredes e coberturas e ventilação natural, entre outras.
Quando consideradas estas variáveis, pode-se influenciar na demanda por eletricidade e por outro lado o uso de energias renováveis de baixo impacto vai ajudar a evitar o esgotamento de recursos e as emissões de CO2.
Energias renováveis podem ser incorporadas no projeto como solar térmica, para aquecimento e fotovoltaica; eólica, geotérmica, biomassa, etc.
Como parte do uso racional da energia na edificação também ha que considerar-se a análise de todos os seus componentes através do seu ciclo de vida, desde a sua produção, processo, incorporação na obra, e reciclagem posterior. O que coloca a edificação sobre uma nova perspectiva, onde parte do consumo industrial e de transporte pode ser associado à produção de materiais e à construção da edificação.
Objetivo:
Desenvolvimento de produtos que ajudem na incorporação do conceito de eficiência energética nas habitações, tendo como foco principal do mesmo as habitações de baixa e média renda e construção autogerida.
Metas:
Desenvolvimento de manuais, relatórios, metodologia de avaliação, estudo de inovações e proposição de políticas públicas que promovam a eficiência energética nas habitações de forma adaptada à realidade brasileira.
Produtos a desenvolver:
- Descrição do estado da arte da eficiência energética nas edificações com enfoque nas habitações de baixa, média renda e construção autogerida.
- Elaboração de capítulos referentes à eficiência energética dentro de manuais técnicos estabelecidos no projeto para dois públicos alvos: especializado e simplificado para construção autogerida.
- Levantamento de requisitos necessários de eficiência energética para serem incluídos em metodologia de avaliação de sustentabilidade de habitações no Brasil.
- Proposição de sugestões de políticas públicas que promovam implantação de habitações mais sustentáveis.
- Estudo de inovações tecnológicas possíveis na área, de produtos e processos.
Produtos do projeto:
- Documento 1 - Levantamento do estado da arte: Introdução e Desenvolvimento do Projeto
- Documento 2.1 - Levantamento do estado da arte: Água
- Documento 2.2 - Levantamento do estado da arte: Energia
- Documento 2.3 - Levantamento do estado da arte: Energia Solar
- Documento 2.4 - Levantamento do estado da arte: Seleção de Materiais
- Documento 2.5 - Levantamento do estado da arte: Consumo de Materiais
- Documento 2.6 - Levantamento do estado da arte: Canteiro de obras
- Documento 5: Metodologias de avaliação de desempenho ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica
Prazo:
24 meses.
Data de inicio:
01 de abril de 2005.
Recursos humanos:
María Andrea Triana Montes
Relatórios disponíveis: