No caso de muitos materiais de construção a natureza da superfície controla a absorção, reflexão e emissão de radiação em ondas curtas e longas, tendo papel decisivo nas trocas de calor de todo o ambiente construído. Estas propriedades afetam não somente a eficiência energética de edifícios, mas também o clima urbano. As ilhas de calor são um fenômeno moderno, que gera aumento do desconforto dos centros urbanos em situações de verão, além da elevação da carga térmica e do consumo de energia dos edifícios. Uma alternativa para este problema vem do uso de materiais de baixa absortância, ditos materiais “frios”. O conceito de “cool surfaces” ou “cool materials” está muito difundido atualmente no exterior. Os materiais frios (aplicados em telhados, paredes ou pavimentos) são materiais que podem refletir melhor a radiação solar mesmo em cores consideradas “escuras” a região do visível. Também a radiação solar incidente nas janelas é um fator muito significativo sobre o consumo de energia gerado pelas cargas de resfriamento e aquecimento. Muitas pesquisas têm buscado compreender melhor os processos físicos de transmissão de luz e calor através das janelas. Estes conhecimentos têm dado suporte para algumas ações, como a criação de sistemas de certificação, onde índices de desempenho energético dos produtos colocados no mercado são avaliados e proporcionam um indicativo para sua melhor aplicação em relação à eficiência energética. Este projeto tem como objetivo a caracterização de componentes construtivos e montagem de experimentos relacionados a materiais frios e materiais transparentes que têm baixa absorção (ou alta reflexão) de radiação solar. Visa também analisar o impacto do uso destes materiais sobre o consumo de energia de edificações em diferentes regiões do Brasil e no clima urbano.
Financiador: CAPES e CNPq (bolsas de pós-graduação).
Edificação com cobertura de alta refletância solar no campus da UFSC (Fonte: Maestri, 2017)