Avaliação da eficiência energética de uma residência unifamiliar em diferentes zonas climáticas do Brasil por meio de um método simplificado

Autor:
Fernanda Gonçalves Martins
Orientador:
Ana Paula Melo
Resumo:

Com o aumento da discussão mundial sobre as questões energéticas e ambientais, a promoção de programas e implantação de políticas de eficiência energética vêm ganhando cada vez mais destaque. No Brasil, desde de 1984 existe o Programa Brasileiro de Etiquetagem, uma política de etiquetagem sobre o nível de eficiência energética de equipamentos, veículos e edificações, entre outros. No âmbito das edificações, em 2003, foi criado o “Procel Edifica”, a fim construir as bases necessárias para racionalizar o consumo de energia nas edificações brasileiras, culminando no primeiro Regulamento para a avaliação da eficiência energética de edificações residenciais (RTQ-R), em 2009, que vem sofrendo melhorias através do trabalho em conjunto do Procel Edifica e CB3E. Em 12 de julho de 2021, foi publicada a Consulta Pública da Instrução Normativa para a Classificação de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (INI-R), nova proposta de alteração do RTQ-R, ainda em desenvolvimento. Este trabalho buscou avaliar, com base na INI-R, como medidas de eficiência energética podem influenciar na demanda de energia para resfriamento e aquecimento de uma edificação unifamiliar de baixa renda, a partir dos dados climáticos de Curitiba e Natal. O trabalho analisa diversas medidas de eficiência energética (MEEs), como isolamentos nas paredes e coberturas; absortância térmica da envoltória da edificação; utilização de vidros duplos e aplicação de venezianas nas janelas. O primeiro passo da análise foi avaliar a envoltória do caso de estudo, a partir do metamodelo disponibilizado pelo Centro Brasileiro de Eficiência Energética em Edificações (CB3E), que tem como saída a Carga Térmica Anual, Temperatura operativa anual máxima e mínima e o Consumo energético para aquecimento e resfriamento. Em seguida, foram aplicados ao caso base as MEEs e avaliados os resultados obtidos, sendo que, aqueles que proporcionaram os melhores resultados obtidos para cada cidade, foram combinadas entre si, formando pacotes de medidas de eficiência energética. Para Natal, as MEEs 3 e 6, referentes à redução da absortância das paredes de 0,5 para 0,3 e da cobertura de 0,6 para 0,3, respectivamente, foram as que atingiram melhores resultados e fizeram parte dos quatro pacotes formadas para a cidade, juntamente com as medidas de implantação de vidro duplo (MEE7) e colocação de venezianas (MEE8), que obtiveram resultados medianos. Já para o clima de Curitiba, as medidas de isolamento térmico das paredes externas (MEE2) e cobertura (MEE5) que atingiram resultados mais satisfatórios e fizeram parte de todos os cinco pacotes, juntamente com outras medidas alternativas. Todos os pacotes de MEEs, sendo para Natal ou Curitiba, resultaram em reduções nas Carga Térmica anual da edificação, sendo que, para a primeira cidade atingiram uma classificação “C” de eficiência energética e todos para Curitiba, classificação “A”. Por fim, na análise de viabilidade econômica, em Natal, apenas o pacote 1, composto apenas pela medida MEE 3 e MEE 6, se mostrou viável com um Payback de 8 anos e TIR de 16%. Já em Curitiba, apesar da boa classificação energética, nenhum dos pacotes é viável economicamente, devido ao alto custo de implantação das medidas propostas. Com o trabalho foi possível confirmar a importância da avaliação do perfil climático onde a edificação vai ser inserido, bem como a adoção adequadas das técnicas construtivas e materiais utilizados

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