Annex 69 IEA - Contextual differences in the perception of thermal comfort scales: a large-scale international questionnaire study

Escalas numéricas de sensações são amplamente utilizadas para avaliar a experiência pessoal das condições térmicas em ambientes construídos. Mais comumente, a sensação térmica é avaliada, principalmente para determinar se uma condição térmica específica é confortável ou não para os indivíduos que a experimentam (Schweiker et al., 2016). Especificamente, uma escala de sensação térmica de 7 pontos (ASHRAE, 2013; ISO 10551, 1995) tem sido amplamente utilizada, sendo geralmente adequada para descrever uma relação unidimensional entre parâmetros físicos de ambientes internos e a sensação térmica subjetiva. Uma primeira suposição relacionada ao uso da escala de 7 pontos é que as distâncias entre as categorias individuais são equidistantes. No entanto, pesquisas anteriores questionam essa suposição (Humphreys, Nicol, & Roaf, 2016; Schweiker et al., 2016). Uma segunda suposição é que os três votos do meio da escala de sensação térmica se referem a condições termicamente confortáveis. Essas premissas são a base da relação entre o percentual previsto de insatisfação (PPD) e o voto médio previsto (PMV) (Fanger, 1970) e foram utilizados para estabelecer níveis de aceitação para os modelos de conforto adaptativo (de Dear, Brager & Cooper, 1997). No entanto, estudos anteriores mostraram diferenças individuais e contextuais que não sustentam essa suposição (Humphreys et al., 2016; Schweiker et al., 2016).

O objetivo deste estudo internacional foi revelar diferenças na percepção das escalas de conforto térmico devido aos efeitos relacionados ao contexto (geografia/cultura/idioma, clima, estação do ano) e grupos de indivíduos (homens/mulheres), a fim de melhorar a confiabilidade da interpretação das escalas.

*Texto acima adaptado do plano de trabalho original do projeto. Autores: Marcel Schweiker, Rucha Amin, Susanne Becker, Joon-Ho Choi, Chunyoon Chun, Stephanie Gauthier, Runa T. Hellwig, Geshche Huebner, Jungsoo Kim, Meng-Chieh Jeffrey Lee, Di Mou, Karin Schakib Ekbatan, David Shipworth, Despoina Teli.

Este projeto foi realizado como parte de um dos anexos da IEA (EBC ANNEX 69 - Strategy and Practice of Adaptive Thermal Comfort in Low Energy Buildings) e contou com a participação de 97 pesquisadores do mundo todo. O questionário foi traduzido para 21 línguas e aplicado mais de 8.000 em 29 países diferentes. No Brasil, a equipe de pesquisadores que participou do projeto traduziu e aplicou o questionário em português nas cidades de Florianópolis e São Luís do Maranhão. Mais detalhes sobre a história do projeto podem ser encontrados AQUI; os resultados foram publicados na revista NATURE - SCIENTIFIC DATA e na ENERGY AND BUILDINGS

Equipe Brasileira do projeto:

Roberto Lamberts1, Renata De Vecchi1, Ana Lígia Papst de Abreu2, Greici Ramos1, Carolina Buonocore1 e Maíra André1

1 Universidade Federal de Santa Catarina

2 Instituto Federal de Santa Catarina

Referências

ASHRAE. (2013). Standard 55‐2013. Thermal environmental conditions for human occupancy.  American Society of Heating, Refrigerating and Air‐Conditioning Engineering, Atlanta, USA. 

de Dear, R. J., Brager, G. S., & Cooper, D. (1997). Developing an Adaptive Model of Thermal Comfort  and Preference. In Final Report on ASHRAE Research Project 884. Macquarie University Sydney. 

Fanger, P. O. (1970). Thermal Comfort Analysis and Applications in Environmental Engineering.  McGraw‐Hill, New York. 

Humphreys, M. A., Nicol, F., & Roaf, S. (2016). Adaptive thermal comfort : foundations and analysis (1. publ.). London [u.a.]: Routledge. 

ISO 10551. (1995). Ergonomics of the thermal environment‐‐assessment of the influence of the  thermal environment using subjective judgement scales. Geneva, Switzerland: International  Organization for Standardization. 

Schweiker, M., Fuchs, X., Becker, S., Shukuya, M., Dovjak, M., Hawighorst, M., & Kolarik, J. (2016).  Challenging the assumptions for thermal sensation scales. Building Research & Information