ANÁLISE DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL ATRAVÉS DA NOVA PROPOSTA BRASILEIRA DE ETIQUETAGEM DE EDIFICAÇÕES

Autor:
ANTONIO BARZAN NETO
Orientador:
Roberto Lamberts; Coorientadora: Ana Paula Melo
Resumo:

Nos últimos anos, um dos principais problemas sociais discutidos no Brasil é o déficit habitacional. Tentando resolver esta questão surgiram programas como o Minha Casa Minha Vida. Desta forma, o mercado nacional de construção civil passou a apresentar um crescimento de edificações destinadas a famílias de baixa renda. Porém, muitos dos projetos deste tipo de edificação não aplicam conceitos de eficiência energética. Além disso, estes projetos são frequentemente replicados em locais com orientações solares e até climas diferentes. Com base nisto, este trabalho buscou avaliar uma edificação de baixa renda através do novo regulamento brasileiro de etiquetagem residencial. Esta avaliação do projeto foi analisada para todas as orientações solares, considerando os fundos da edificação voltados para a orientação norte, leste, sul e oeste. Após esta avaliação inicial, apresentou-se medidas de eficiência energética com o objetivo de melhorar o desempenho da edificação. Como propostas para a envoltória da edificação foram analisadas a troca da composição da cobertura, a troca do tipo de vidro utilizado nas janelas e o uso em conjunto destas propostas. Já para o sistema de aquecimento de água foram propostos o uso de aquecedores a gás e o uso de coletores solares. Por fim, também foi avaliada a viabilidade econômica destas propostas, levando em conta a economia com a conta de energia e o custo de implantação das medidas de eficiência energética. A envoltória do caso base foi avaliada como classe A para todas as orientações analisadas. Porém, como seu sistema de aquecimento de água obteve a classe D, a classificação final das unidades habitacionais foi C. Com a proposta de mudança do sistema de cobertura a classificação final obtida continuou C. Já com a proposta de alterações dos vidros, e com a proposta de aplicação em conjunto das duas medidas relacionadas a envoltória, foi possível obter a classificação final B. Com relação as propostas para o sistema de aquecimento de água, ambas as medidas obtiveram classificação A. No que diz respeito à classificação final da unidade habitacional, foi possível obter classe B com o sistema de aquecimento a gás e classe A com o sistema aquecimento solar. Em se tratando da análise de viabilidade financeira, as propostas relacionadas a envoltória apresentaram valores de payback elevados. Para estas propostas o menor valor de payback encontrado foi de cerca de 75 anos, para a aplicação em conjunto da mudança no sistema de cobertura e no tipo de vidro. No que diz respeito às propostas para o sistema de aquecimento de água, o sistema de aquecimento solar apresentou um payback de cerca de 21 anos. Já o sistema com aquecedor a gás apresentou um payback de cerca de 3 anos e uma TIR de 31%. A proposta do uso do aquecimento a gás foi a única medida de eficiência energética que alcançou valores de payback dentro do limite proposto de 10 anos, e uma TIR acima da TMA proposta de 12%. O possível uso em conjunto das propostas para envoltória e para o sistema de aquecimento de água foram descartadas, devido aos altos valores de payback obtidos pelas propostas para o sistema de envoltória.

Ano de defesa: