Usos finais de água em edifícios públicos: Estudo de caso em Florianópolis - SC

Autor:
Pauline Cristiane Kammers
Orientador:
Enedir Ghisi
Resumo:

No Brasil, não existem levantamentos de usos finais de água em prédios do setor público. No entanto, esse levantamento se faz necessário quando se deseja implantar um programa de economia de água, pois torna possível conhecer os consumos específicos de água no edifício e, conseqüentemente, localizar os dispositivos que originam maiores consumos de água. Este trabalho tem por objetivo detectar os usos finais de água em edifícios do setor público. As análises foram realizadas em 10 edifícios situados na cidade de Florianópolis - SC. Primeiramente, foram feitos levantamentos de consumo de água mensal dos respectivos prédios na concessionária local (CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento). Através de algumas visitas, realizaram-se levantamentos dos dispositivos sanitários, relatando características como: vazão, marca e modelo. Foram feitas entrevistas aos usuários dos edifícios, que relataram seus hábitos em relação ao uso da água. Esses levantamentos possibilitaram calcular o consumo de água no prédio, a partir da vazão estimada e do período de uso de cada dispositivo. Comparando-se os consumos (medido e estimado) buscou-se detectar a diferença encontrada através de análises de sensibilidade dos valores fornecidos nas entrevistas e, quando possível, de 
testes de vazamentos não visíveis. Com a inexistência de vazamentos, atribuiu-se a diferença entre consumos para o dispositivo de maior sensibilidade, que na maioria dos casos ocorreu nos vasos sanitários. Os usos finais foram calculados em porcentagem, comparando os consumos específicos estimados com o consumo total de água fornecido pela CASAN. Nos 10 edifícios estudados obteve-se usos finais variando de 23,0% a 78,8% para vasos sanitários, 14,3% a 47,0% para mictórios e 5,5% a 31,2% para torneiras. Em 6 edifícios, verificou-se no vaso sanitário o ponto de maior consumo de água. Nos demais, essa situação ocorreu nos mictórios. Somando os usos finais de vaso sanitário e mictório para cada edifício, obteve-se valores que variaram de 44,3% a 84,3%, sendo que em 9 edifícios esse valor ficou acima de 60% no período de verão e em 9 edifícios no inverno. Esses dados indicam a possibilidade de utilização de água pluvial nos edifícios, visto que os pontos de maior consumo de água (vaso sanitário e mictório) não necessitam, obrigatoriamente, de água potável.