Tipologias construtivas de edifícios de escritório na cidade de Florianópolis-SC

Autor:
Priscila Mei Minku
Orientador:
Enedir Ghisi
Resumo:

O comportamento energético de um edifício depende das componentes escolhidas para formar o envelope. Isto se deve ao fato de cada material possuir reações distintas a fenômenos que nele ocorrem, como a inércia térmica, trocas de calor por condução, convecção e radiação. As propriedades térmicas dos materiais utilizados nas fachadas externas e a ação dos raios solares influenciam nas cargas térmicas da edificação. Para se obter um bom desempenho termoenergético, é preciso uma conjugação racional entre os detalhes construtivos e fatores externos, tais como o clima local, a ação do vento e a interferência de edificações do entorno e da orientação solar. Considerando-se a grande influência que o envelope traz para a eficiência energética, este trabalho tem como principal objetivo fazer um levantamento sobre os detalhes construtivos de 47 edifícios de escritório (12 públicos e 35 privados), situados na malha urbana central da cidade de Florianópolis-SC. Através da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP), foi possível o acesso a todos os projetos dos edifícios de escritório situados em Florianópolis. A partir de então se iniciaram os levantamentos, obtendo-se o nome dos projetistas e construtores, início de ocupação, localização do edifício, as espessuras das lajes, pé-direito, área média dos escritórios, número de pavimentos-tipo, área de janelas, entre outros. No decorrer dos levantamentos houve a necessidade de se entrar em contato com os projetistas e os construtores responsáveis pelas obras para obter detalhes construtivos que não estavam disponíveis na SUSP. Mais tarde, também houve a necessidade de se conferir in loco a orientação solar dos edifícios e de fazer a medição da refletância de suas fachadas. Concluídos os levantamentos, observou-se que, em geral, os edifícios possuíam áreas de janela pequenas em relação às suas fachadas. As cores das edificações mostraram-se bastante diversificadas. Considerando-se as cores de todos os edifícios, conjuntamente, observou-se que 52% delas apresentaram reflexão abaixo de 50%, o que pode ser um fator negativo para o clima de Florianópolis. Notouse uma falta de preocupação por parte dos projetistas e engenheiros, em criar elementos de proteção solar em fachadas voltadas para orientações solares hostis e em implantar janelas que garantam ventilação dos ambientes internos.