A influência do envelope no desempenho térmico de edificações residenciais unifamiliares ocupadas e ventiladas naturalmente

Autor:
Cláudia Donald Pereira
Orientador:
Enedir Ghisi
Resumo:

Apesar do crescente número de pesquisas a respeito da influência da especificação dos materiais construtivos da envoltória dos edifícios na manutenção de seu desempenho térmico, é reduzido o número de estudos que consideram o desempenho do envelope sob a influência da ventilação natural e da ocupação pelos usuários. O objetivo central deste trabalho é investigar a influência das propriedades térmicas do envelope no desempenho térmico de edificações residenciais unifamiliares quando estas são ocupadas e ventiladas naturalmente. O método utilizado compreende o estudo do desempenho térmico do envelope de uma edificação residencial unifamiliar, através de medições e de simulação computacional. Com a caracterização e monitoramento de uma edificação real, foi possível criar e calibrar um modelo para simulação computacional, utilizando o programa EnergyPlus. A calibração permitiu a criação de um modelo computacional com resultados de temperatura interna do ar similares ao medido na edificação real. Porém, tais resultados foram melhores para o modelo sem ventilação que para o modelo com ventilação. A partir do modelo calibrado, foram simuladas variações no envelope da edificação, utilizando materiais com diferentes propriedades térmicas. Para estas variações foram obtidos os valores de temperatura e umidade do ar interno, e verificada a porcentagem de horas de desconforto em um ano, através do programa Analysis Bio. Com isso, foi possível verificar a correlação entre as horas de desconforto e as propriedades térmicas dos componentes do envelope, a partir das quais se verificou que o envelope exerce uma influência sobre o desempenho térmico da edificação, inclusive quando esta é ocupada e ventilada naturalmente. Essa influência é mais fortemente relacionada ao valor de capacidade térmica do componente do envelope. Pode-se dizer que a transmitância térmica do componente exerce fraca influência no desempenho térmico da edificação. Ressalta-se que os resultados podem apresentar imprecisões pelo fato do programa computacional considerar ambientes homogêneos termicamente e com distribuição uniforme dos fluxos de ar.

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